Antigo moço, pela última vez.
Hoje não precisei regar a casa com café,
e nem com lágrimas doces para te encontrar em algum canto, meu bem. Reconheci
do outro lado da linha a voz rude do homem que abandonou a casa e partiu sem
explicações. Mas talvez não tenha sido bem assim. A dramatização, amor, é por
minha conta.
Já faz um tempo que voltei pra casa, e
juro que não sei por que ainda escrevo. Você agora pensa em voltar, e eu não te
julgo: tudo era tão bom quando estava aqui… Mas não acho mais que merecemos
toda essa fantasia.
Sabe, procurei seus olhos naquele moço
da estrada… e me perdoe amor, eu encontrei olhos ainda mais bonitos, e que
também me aqueceram como os seus fizeram no início. Encontrei cabelos
cacheados, e um rosto tímido, cheio de certezas, que na verdade, senti não
passar de sonhos. E eu resolvi sonhar também.
Não
me culpe. O verão ainda nem chegou…
…E eu
ainda amo o modo como você cantarolava algum clássico, fazendo gestos estranhos
com as mãos; e o seu caminhar tranquilo e engraçado, cheio de pensamentos só
seus. SEU. Tudo de alguma forma sempre acaba sendo tão seu… E isso talvez não
me encante mais. A verdade é que não quero mais.
Mas
fica bem, meu bem. E se ainda assim preferir, volte. Volte mesmo que for para
me fazer sofrer um pouco mais. Volte com suas antigas certezas, e me mostre
estar errada. Quem sabe assim, eu esqueça, que você já tem um outro alguém.
Eu
ainda acredito em um final feliz…
(
C. Chriss - 11/12/2012 – 03:26h )
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