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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O correio, enfim, chegou...


Não precisa esperar mais, moço. Sua resposta chegou…



"Ahh moço… Há tanto tempo não escrevo…
        Você não ligou, e eu entendo. Juro que não esperei que ligasse. Afinal, você nunca liga... Mas confesso que também não esperei receber uma carta com sua letra rabiscada, que conheço tão bem. Sabe, queria que estivesse ficado. Ficado para que eu olhasse em seus olhos, nem que fosse pela última vez antes de você partir de novo; para que eu tocasse o seu rosto, e perdesse a cabeça por um instante, dizendo que senti sua falta, para logo depois me arrepender como sempre. No entanto, a carta estava lá, no meio da sala que a cada dia fica mais vazia; e de você, ainda nem sei. Talvez hoje você seja só um antigo amor, vacilando entre alguém especial que conheci em uma dessas estradas na tentativa de fugir de você, ou quem sabe, fugir das nossas próprias mentiras.
        Sei que entrou em nossa casa como antes: A minha promessa de trocar as fechaduras ainda não foi cumprida, assim como tantas outras. E me envergonho disso. Não sei se ainda quero esperanças, meu bem. Guarde-as inteiramente pra você. Não sei se ainda acredito no que você diz…
       
Dói saber que meu sorriso não tem mais você. Talvez seja mesmo tarde demais pra pensar que te amei mais que a mim… Nosso amor era de mentirinha, e meu maior erro foi demorar perceber. Afinal, se me ama, por que vive entre todas essas idas e vindas? Fiquei imaginando se teria lido os versinhos e poeminhas que ainda estão jogados por aqui… Já não sei dizer se são seus. Mas penso que estava ocupado demais, para se preocupar com meus rabiscos sem coesão. É melhor mesmo que tenha retomado a estrada. E por favor, não se sinta obrigado a voltar. De verdade. Vem se tiver vontade, quando tiver vontade… Vem quando der. Acho que o que sente é arrependimento...

Então deixa, que guardo aqui, debaixo do travesseiro.
Então deixa, que aqui tem arrependimento de sobra pra nós dois…"

( C. Chriss - 20/02/2013 – 01:34h )

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Entrelinhas do moço...


Enfim, a moça recebeu uma carta. Divido com vocês agora, as palavras doces e as entrelinhas do moço:



“Bom, aqui quem vos escreve é um homem que há muitos anos se fechou para o amor. Desde quando parti e deixei a mulher que mais amava, nunca tive a coragem de procurar em outras tudo o que ela possuía, ela era única, ela era minha. Mas eu parti, parti e a deixei aos prantos, fui um covarde por não saber compreendê-la, fui um fraco por não saber amá-la como ela merecia ser amada, mas ao meu modo eu amei-a. Ela possuia o sorriso mais belo e tímido, o olhar mais aconchegante e acolhedor, ela era muito mais que um amor, foi a única amiga verdadeira que possuí, mas eu não soube dar valor e hoje eu lamento por isso.
        Tenho várias cartas dela jogadas em vários cantos da casa. Ela nunca se esquece de mim, sempre me escreve para saber como estou, mas eu nunca respondi a nenhuma dessas cartas, a única coisa que eu faço é tirá-las da caixa do correio e jogá-las ao vento, podia tê-las queimado, mas não, sempre as guardo para que em algum dia, quando eu tiver vontade, poder pegá-las e lê-las.
        Um dia desses, senti um vazio dentro do coração, um aperto, um tipo de saudade inexplicável, estava sentindo falta dela, muita mesmo, então peguei uma de suas cartas que já havia recolhido e guardado na gaveta da minha mesa e começei a ler. Chorei, admito, dizem que homem não chora, mas isso é pura mentira, ainda mais quando se ama de verdade. As cartas possuiam o perfume dela, o cheiro doce, o cheiro de sua pele, o qual eu nunca me esqueci, lembrei-me de seus beijos e abraços, ah, como eram especiais, como eram verdadeiros e cheios de amor. Sim, como era bom imaginar o som de sua voz a cada palavra lida naquelas cartas, era bom novamente poder senti-la próxima a mim, mas eram somente pensamentos e nada mais.
         Em suas cartas, ela sempre me contava o que acontecia em sua vida, o que ela estava fazendo, como passava o tempo, mas nunca mencionou em nenhuma delas que estava com outro ou se estiver também não quis me contar, mas não nego que isso me deixou feliz, ainda tenho esperança de ser o único.
        Depois de tanto esperar eu resolvi responder às cartas, mas quando peguei a caneta e a folha de papel, nada consegui escrever, não saia nada, minhas mãos tremiam, não sabia como começar e muito menos o que falar a ela, então desisti e mais uma vez fui um fraco por não saber expressar meus sentimentos.
        Não consegui dormir, vaguei a noite toda pela casa e de repente sentei-me e começei a escrever, sim contei de minha vida, contei o que estava fazendo e no final ao falar sobre o nosso amor, sobre o amor que carregava em meu peito, chorei novamente, era tão bom escrever sobre ele, era tão bom poder falar sobre ela, isso era a única coisa que me fazia feliz, e o que me fazia permanecer vivo neste mundo de pessoas que hoje constroem um amor falso, era saber que o dela por mim era verdadeiro e que mesmo depois de eu ter sido um idiota com ela, ela nunca deixou de me amar.
        Hoje sou eu que espero a resposta da moça que tanto amo, moça do olhos castanhos, da voz meiga, de personalidade forte e de um jeito tímido, dona do mais belo sorriso. Hoje sou eu que estou ancioso, sentado na relva verde, sentindo a brisa leve que toca o meu rosto, aguardando aquilo que eu a fiz esperar por tantos anos, um sorriso, uma respiração agitada, um coração feliz, um amor de verdade.”

(Carol Marchi)
        
         *Nota de canto de página da moça: Aproveito aqui, para agradecer com todo o meu coração à moça e amiga Carol Marchi, por tão grande carinho com essa moça que vos fala. Obrigada por participar da minha vida, e de todo esse sonho…

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Rabisco no canto da página 5...


"Amor, no fim, tudo se ajeita. Você vai, mas volta. Eu digo que vou, mas fico. Então que seja assim. Me ame; que eu te espero voltar…"

( C. Chriss – 07/02/2013 – 22:10h )