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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Outubro… as flores voltaram, você voltou

Outubro… as flores voltaram, você voltou


                                                               
E quando eu pensei que a gente já não “se cabia” mais, você apareceu. Depois de tantos meses, você apareceu. Depois de palavras que guardei, e jurei não mais dizer, você apareceu… Com o mesmo sorriso lindo de sempre, com os cabelos cacheados que me inspiram, em meio a poemas de Drummond e flores trocados, e com o jeito de quem se importa com coisa nenhuma. Tudo o que eu tinha era uma foto sua, e saudade… saudade… coragem.
        Agora, finjo que não te procurei. Que não inventei desculpas para o hoje se realizar. Que não contei os dias que se arrastaram, para ver meu plano de te ter aqui comigo dando certo. Quanto tempo, amor! Quanto tempo… sorrio mesmo sabendo que você não vai ficar. Todas as minhas promessas foram descumpridas… chorei quando aquela música me tocou a alma e me lembrou você. Sorri com cada parte sincera do meu corpo, quando naquele bilhete veio gravado o seu nome. E eu prometi para mim mesma que eu não queria mais. Por que será que eu não consigo simplesmente te esquecer? Tantas vezes minhas preces foram dirigidas ao acaso… queria te ver apenas mais uma única vez, e explicar que o universo não existe sem a gente. Queria esbarrar com você por aí, e perceber que você ainda me encanta, me motiva, me cura dessa angústia sem tamanho que habita em mim desde que você saiu do meu mundo. Por favor, não some mais assim… volte pra me ver; liga, canta… Volte pra falar das mesmas coisas… Volte pra cuidar de construir o que ainda não tivemos tempo.
        Você gosta de ser lembrado, e eu sei. Não te esqueci nem por um segundo, desde a sua última partida. Confesso que tinha esperanças de que voltasse naquela data tão importante. Mas ela se foi, e eu guardei tudo o que eu tinha de presente; inclusive todo o carinho que eu trago dentro do peito. Hoje você volta, mas sei que mais cedo ou mais tarde, a estrada será seu rumo novamente. Você é dela, e não meu… você é da partida; e eu, da solidão. Mas eu entendo… entendo e não aceito. O que temos em comum é a melancolia… e isso, distância alguma vai mudar. Segure as minhas mãos, olhe nos meus olhos: e diz pra mim que a gente não nasceu pra dar certo!


( C. Chriss – 29/10/2013 – 01:37h )

domingo, 27 de outubro de 2013

Transição

Poeminha de canto de página...


Transição



Caminho apressada, buscando algo em mim que ainda valha a pena.
Buscando alguma razão para acreditar que posso tentar mais uma vez.
Cidade adormecida, calada.
Mãos trêmulas… Alma compactada, quietinha… silenciosa.

Caminho apressada, o pensamento é um só.
Coração batendo tão depressa quanto pode,
O céu que se abre sobre mim é testemunha do temor,
Sigo sussurrando palavras inaudíveis a quem passa sem me perceber.

Caminho apressada, coração na boca,
Pensamentos a toda,
E repasso o plano mentalmente.
Aperto o passo… sinto a garoa…

Caminho apressada, me sinto vazia com todo esse silêncio.
Saudade que fica, lembranças contidas…
Sintonia defeituosa que quero concertar.
Acordes memoráveis que não toquei. Em cada passo, palavras que eu não disse.

Caminho apressada, seus cabelos cacheados me motivam:
Preciso os ver outra vez.
Os passos ecoam nas ruas quase vazias,
Estou ali sem saber por que e para que.

Caminho apressada, há algo importante a fazer.
Viro a esquina e tenho as roupas úmidas
As ruas estão cheias de nós dois! Mas hoje, escuras permanecem,
As lágrimas são detalhes… marcas profundas em cada centímetro de solidão.

Não há o que dizer.
Há muito o que perdoar.
Um sorriso sincero surge tímido no canto dos lábios,
Tempo a recuperar… Só mais um pouco de coragem!

Paro. É hora de fazer o que vim fazer.
Respiro fundo.
Uma… duas… três vezes.
As estrelas sumiram do céu.

O mundo parou pra nós dois.
O tempo não passou naquele instante.
Nosso olhar se entendeu… se perdoou.
O coração silenciou, acalmou.

- Ei, moço, vim tomar de volta meu lugar!
Questão de segundos, leve consentimento sem palavras.
Conheço esse olhar, essa expressão…
Tudo aqui é tão meu! O universo sabe… a gente ainda se ama.


(C. Chriss – 27/10/2013 – 01:25h)

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cinco meses

Cinco meses


  Lá se vão cinco meses… e você não voltou.
        É estranho, eu sei. É estranho até para nós, que nos acostumamos facilmente com tudo o que é estranho. Mas dessa vez, eu não tive notícias suas. Nenhuma. Nenhum telefonema, carta, bilhete. Ninguém veio me dizer que te encontrou por aí, nas mesmas estradas de sempre, com o olhar atento e procurando por algo que eu não sei o quê.
Eu não sei de você…
Ninguém sabe.
        Mas de qualquer forma, querido, eu tentei te encontrar; e há cinco meses, eu sabia exatamente onde te achar. Voltei lá, mesmo com a certeza de que o nosso destino daria um jeito qualquer de te levar para longe de mim mais uma vez, afinal, era o que sempre acontecia. De certa forma, não sei se acredito em destino, mas o fato é que você não estava, e eu já devia saber. Cada canto ali, me lembrou de tudo o que eu sempre fiz para você me notar. Os bancos ainda continuam no mesmo lugar… a vaga de estacionamento, o lugar onde você costumava sentar e conversar com os amigos. Ah… parecia que estava tudo tão certo! Mas sei que você é das idas e vindas, amor. Sei que você é da estrada, é da fuga, é da distância. Ainda assim, não acredito. Não sentiu minha falta ao menos uma única vez? Nunca chegarei a saber. Mas apesar de todo o orgulho - que você sabe que no fundo eu tenho - senti sua falta. Sofri cada sorriso que você não me deu. Chorei cada palavra que você não me disse. Amei cada fio do seu cabelo cacheado, e me entristeci com o pensamento de que talvez eu nunca mais vá te ver. Odiei cada lembrança boa que você deixou; porque elas me atormentam amor, tiram meu sono, me engasgam em palavras que talvez eu nunca vá chegar a dizer. E como eu tenho coisas para te dizer! Como eu queria só mais uma chance, pra poder te olhar de novo, e tentar fazer tudo diferente. Pra poder te dizer que hoje, o que mais importa é a gente se entender, se querer, se amar. E olha que a gente se entende, amor! A gente sempre se entende. Me perdoe pelo descuido da sua partida… Volta, e eu não te deixo partir nunca mais.
        Porque a primavera chegou, moço, nossa estação… e agora é fria. É fria porque não tem mais a gente discutindo o que é liberdade, e nem você me contando casos antigos naquele banco, sem perceber que eu poderia ficar dias e dias ali, e que minha atenção continuaria presa em você, no seu jeito de falar e de sorrir calmamente. Mas olha, eu volto, prometo. Um dia eu volto pra te procurar novamente, pra te abraçar apertado e te levar pra casa. Prometo.
        Meu…
        Meu poeta… meu escritor… meu amor.


( C. Chriss – 30/09/2013 – 23:45h )