Poeminha
de canto de página...
Transição
Caminho apressada, buscando algo em mim que ainda valha a pena.
Buscando alguma razão para acreditar que posso tentar mais
uma vez.
Cidade adormecida, calada.
Mãos trêmulas… Alma compactada, quietinha… silenciosa.
Caminho apressada, o pensamento é um só.
Coração batendo tão depressa quanto pode,
O céu que se abre sobre mim é testemunha do temor,
Sigo sussurrando palavras inaudíveis a quem passa sem me
perceber.
Caminho apressada, coração na boca,
Pensamentos a toda,
E repasso o plano mentalmente.
Aperto o passo… sinto a garoa…
Caminho apressada, me sinto vazia com todo esse silêncio.
Saudade que fica, lembranças contidas…
Sintonia defeituosa que quero concertar.
Acordes memoráveis que não toquei. Em cada passo, palavras que eu não disse.
Caminho apressada, seus cabelos cacheados me motivam:
Preciso os ver outra vez.
Os passos ecoam nas ruas quase vazias,
Estou ali sem saber por que e para que.
Caminho apressada, há algo importante a fazer.
Viro a esquina e tenho as roupas úmidas
As ruas estão cheias de nós dois! Mas hoje, escuras
permanecem,
As lágrimas são detalhes… marcas profundas em cada
centímetro de solidão.
Não há o que dizer.
Há muito o que perdoar.
Um sorriso sincero surge tímido no canto dos lábios,
Tempo a recuperar… Só mais um pouco de coragem!
Paro. É hora de fazer o que vim fazer.
Respiro fundo.
Uma… duas… três vezes.
As estrelas sumiram do céu.
O mundo parou pra nós dois.
O tempo não passou naquele instante.
Nosso olhar se entendeu… se perdoou.
O coração silenciou, acalmou.
- Ei, moço, vim tomar de volta meu lugar!
Questão de segundos, leve consentimento sem palavras.
Conheço esse olhar, essa expressão…
Tudo aqui é tão meu! O universo sabe… a gente ainda se ama.
(C. Chriss – 27/10/2013 – 01:25h)
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