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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Quarta laranja

Quarta laranja


Do alto vejo o que ninguém vê.
Do alto tudo é tão frágil, tão irreal…
Do alto, toco a sua alma; vejo o mais profundo o quanto pode ser o espírito humano, o tão complexo, o tão impossível. Imagino silenciosa e entristecida o que há por trás de cada montanha, procurando motivos para explicar outros motivos.
Em mim, o sentimento que habita não tem nome. É só um vazio intenso e extenso, que quero preencher com cada parte do seu vazio, com cada ideia e pensamento seus, e com tudo o que você não quiser. Porque mesmo sem saber, o pássaro que sobrevoou nós dois foi eternizado, mas agora pousa triste na palma da minha mão, parecendo padecer sentindo a sua falta. E ali ficará, eu sei, aprisionado nas desesperanças que inventamos, na gaiola que se tornou as linhas de um abraço mal resolvido, sobrevoando agora apenas sonhos, em um dia que ironicamente terminou como tela de cinema, e que não passou nosso filme. O pássaro nunca mais será o mesmo… e nós também não.
Resumimos o desfazer do sonho em uma única conversa de incertezas e talvez, inverdades.
Eu esquerda, você direita.
Eu água, você óleo.
Norte e Sul. Eu entendo.
(…)
Sorrio.
Uma lágrima cai antes que eu perceba… tudo bem. Tudo bem mesmo. E pensar que eu ainda me perguntava se gostava de você.

Coração que dói… mais um dia se passa e tudo continua comum.
Não pra mim.
Não hoje.
Do alto tudo parece tão mais simples… tão mais lindo do que pode ser a realidade.
Tão calmo… quase inumano.
Tão injusto…
Tão eu e você.

( C. Chriss – 21/11/2013 – 01:31h ).

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