Só para me
desfazer de sentimentos…
Era
noite, tudo estava triste… e então choveu.
Choveu como nunca havia chovido antes.
Mais do que como uma chuva de verão. Choveu em mim, choveu no meu coração… Ah
chuva…
Furiosa,
ela sacudia as janelas e fazia com que as árvores se prostrassem lá fora. Suas
mãos eram puro vento, e os olhos, clarões que apareciam no acaso, e que eu
abominava solenemente. Mas ela insistia, e mais imponente ficava à medida que
eu me encolhia sozinha em um canto.
O medo fez com que eu arrancasse os
sentimentos do peito, e os colocasse na terra encharcada, a fim de que fossem
levados embora ou apenas esquecidos ali. E então, no ultimo minuto, resolvi
poupar a saudade. Ela ficou, mas prometi para mim mesma que para dentro do
peito, ela não voltaria. Então, conservou consigo o cheiro de chuva, me lembrando
a todo tempo que poderia e deveria ter ido embora como os outros.
Acomodei-me em um canto frio, até
perceber que encharcada mesmo, estava eu. Encharcada até os ossos de pura
melancolia, e então ela chegou… Consumindo-me de dentro para fora, estava a
tristeza, que eu havia esquecido de mandar embora. Trouxe consigo as lembranças
de um moço que há tanto havia partido; me esquecido… e sumido. Ou será que a
lembrança do moço é que me trazia tristeza? Não… A tristeza vem do vazio que
ficou, e do colorido que não vejo mais.
A cidade dorme enquanto o céu desaba, e
eu, faço promessas ao vento de não voltar a procurá-lo. São mais promessas vãs
que se acumulam. Sei que o dia ainda não terá nascido, e eu já terei sumido na
estrada, implorando por notícias, e pedindo um velho regresso como antes. Mas
agora, não. Morrerei por segundos em promessas falsas e devaneios toscos; em
chororôs de esquina e coisas clichês. Devorarei livros rasgados e me perderei
em palavras soltas. Me amarrarei à velha escrivaninha e esperarei a chuva
passar, sem lágrimas, sem discos velhos… sem culpa.
Não houve derrota.
Os pensamentos, deixarei aqui.
Desfiz-me dos sentimentos, estou pronta.
Dessa vez, sou eu que vou embora…
… torcendo para que me procure.
( C. Chriss - 14/11/2012 – 03:01h )
A saudade me visitou ao ler o teto e trouxe com ela o cheiro de chuva... choveu em mim :')
ResponderExcluirOwnn que delícia! Choveu em mim também com esse comentário!!!
Excluirrs, eu escrevi errado ali em cima era TEXTO rs mas fico feliz que compartilhamos gotas de chuva=D
ExcluirAcho que vou compartilhar gotas de chuva com você até o ultimo dia da minha vida. "E choveu em nós..." rsrs...
Excluirooown *o* vai um café?
ResponderExcluirSEMPRE!!!! *-*
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